Um olhar, muitos caminhos
o currículo de ciências humanas nos anos finais do ensino fundamental
Palavras-chave:
História e Geografia, Descurricularização, Formação docente, BrasilidadeResumo
O presente artigo reflete criticamente sobre o “currículo Waldorf” e a tradicionalidade que o sustenta, levando em consideração as disciplinas de História e Geografia nos anos finais do Ensino Fundamental. Assim, objetiva-se, com este trabalho, demonstrar a importância do entusiasmo do professor no processo educativo e formativo, uma vez que, quando constrói caminhos inéditos e coerentes com o aspecto antropológico, pedagógico e social, ele também cria condições para emergir impulsos para o futuro. Assim, argumenta-se sobre a necessidade da descurricularização, isto é, que os educadores, a partir da compreensão de seu inacabamento e da necessidade de vivificar os conteúdos, construam caminhos de um currículo reencantado e que esteja em acordo com as demandas e necessidades de seu tempo. Para isso, este artigo se baseia no pressuposto teórico-metodológico desenvolvido por Rudolf Steiner ao longo de diversas obras pedagógicas e apresenta um caminho elaborado e trabalhado pelo autor deste artigo no 7º ano de uma escola Waldorf, a partir de diálogos e conversas com outros educadores e grupos de estudos. Desta maneira, os principais resultados nos quais se chegam é que, na medida em que o professor constrói novos caminhos descurricularizados, cujos conteúdos e currículos sejam coerentes com o seu tempo, além de se vincular com os problemas de seu contexto, permite que os impulsos para o futuro floresçam, reforçando a necessidade do preparo interno do professor e a compreensão de seu compromisso ético, estético e político.
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