O cultivo da alma brasileira na educação infantil Waldorf do Brasil através do resgate das brincadeiras e dos brinquedos cantados das infâncias tradicionais brasileiras
Palavras-chave:
Educação infantil Waldorf, Cultura tradicional da infância brasileira, Brasilidades, Pertencimento, EnvoltórioResumo
As questões contemporâneas da pedagogia Waldorf têm desafiado os/as professores/as a construírem práticas pedagógicas autênticas, inclusivas e assentadas nos saberes e valores do seu povo. O trabalho tem caráter metodológico de escrevivência (escrita biográfica feita por mulheres negras). Trata-se de pesquisa da autora deste trabalho acerca do cultivo da alma brasileira na educação infantil Waldorf através do resgate da cultura tradicional da infância brasileira. A cultura da infância corresponde ao acervo de brinquedos e brincadeiras acumulados pelas crianças ao longo dos tempos. Tais como brincadeiras cantadas (acalantos, brincos e as rodas em suas diversas formas de manifestação); brincadeiras ritmadas (corda, brincadeiras de mãos etc.); brinquedos silentes (bolinha de gude, três marias, peteca, amarelinha etc.) jogos (queimada, piques etc.), parlendas e contos. As brincadeiras cantadas, como os acalantos, brincadeiras de colo (brincos) e as rodas simples (brincadeiras cantadas com gestos uníssonos) mostraram-se mais adequadas às necessidades antropológicas da criança de 0-7 anos. As brincadeiras ritmadas simples, como corda e brincadeiras de mão, são apropriadas para as crianças em idade pré-escolar entre 5-7 anos. O cultivo de tais brincadeiras no dia a dia da educação infantil ofertou às crianças envoltório e pertencimento étnico-cultural, além de construir um ambiente físico-animo-espiritual alegre e caloroso como a alma do nosso povo. Também foi constatado que muitas brincadeiras tradicionais reproduzem um pensamento colonialista, racista, sexista, capacista e que naturaliza a violência doméstica infantil inadequadas às questões do nosso tempo.