Autorretrato

performance “A Casa Materna”

Abstract

Apresento um relato de experiência elaborado para avaliação da disciplina “A-tele-iê Translacional de Salutogênese”, da pós-graduação do Instituto de Artes da Universidade Estadual de São Paulo – IA UNESP. A instrução recebida era que realizássemos um trabalho intitulado “autorretrato”, utilizando, como referência, a cartilha Luto, uma etapa da vida (HOFFMAMM, 2021) a partir do tema gerador: Salutogênese e saúde mental: autoconhecimento. Para a realização, poderíamos criar algo inédito, ou utilizar alguma obra do nosso portifólio artístico que se adequasse à temática proposta. Optei por descrever o processo criativo da performance “Casa materna”, criada para um sarau virtual (live) do Grupo Oba! de Teatro, uma vez que ela dialoga com os temas abordados em aula. Durante a pandemia de covid-19, as atividades Grupo Oba! aconteceram de forma on-line; inspirados pela fala de Claudewitz, personagem da peça Novas Diretrizes em Tempos de Paz, de Bosco Brasil (2006), que não sabia para que serviria o teatro em um mundo pós-guerra, realizamos o evento Novas diretrizes artísticas em tempos de pandemia. Ao refletir sobre essa criação à luz da salutogênese e da saúde mental, foi possível reconhecer que a arte, ao propor estesias, tem o seu espaço no auxílio do luto revivendo momentos, emanando mensagens de conforto e até mesmo apontando alguma beleza no processo, uma vez que: “[...] a morte tem um propósito, seja o alívio da dor, gerar alimento à população, o essencial é saber que foi feito todo o possível para que enquanto em vida o indivíduo tivesse todo bem-estar, o respeito e o cuidado necessário.” (HOFFMANN, p. 6, 2021). Aceitar a morte é importante, a saudade não vai deixar de existir. É possível aprender com as perdas e a arte pode colaborar com a preservação de uma saúde mental tão cara nesse momento de dor e adaptação à nova rotina.