Educação intercultural e fenomenologia

Abstract

É importante compreender, enquanto fator determinante das relações raciais brasileiras, que no Brasil as relações raciais não são democráticas, não se estabeleceram a partir de uma “cordialidade” entre indígenas, brancos e negros, como nos foi introduzido no século passado (FREYRE, 2006). Nessa perspectiva, a "subjetivação radical do mundo" como uma abordagem que desafia a visão de mundo eurocêntrica, na qual os seres humanos são considerados como os únicos sujeitos plenos, enquanto todas as outras entidades (animais, plantas, objetos) são meros objetos de análise (CASTRO, 2015). Em contrapartida, o perspectivismo ameríndio propõe que diferentes seres, sejam humanos ou não-humanos, têm perspectivas e subjetividades próprias. Assim, o objetivo deste trabalho é rever o sentido da compreensão da ideia de ciência e de conhecimento a partir do reconhecimento dos diferentes povos brasileiros, suas cosmovisões e sistemas de conhecimento que nos colocam o desafio de rever os princípios que regem os sistemas educacionais que temos hoje, a fim de que estes possam abarcar novas formas de ensinar, valorizar os saberes e, de fato, construir uma educação intercultural transformadora das relações sociais e da realidade. A ideia de educação intercultural dialoga com desenvolver outras formas de compreender o mundo, outros modos de ver e entender a ciência, a partir das diferentes subjetividades e, desse modo, a fenomenologia como base do método de ensino da Pedagogia Waldorf pode ser um caminho que leva o observador a reconhecer diferentes formas de compreender o mundo. Essa investigação se dará por meio de revisão bibliográfica sobre o tema e análise comparativa de diferentes propostas curriculares. Como resultado, espera-se a compreensão de como a combinação entre educação intercultural e fenomenologia na educação pode proporcionar um ambiente de aprendizado enriquecedor e sensível à diversidade cultural, em um mundo cada vez mais globalizado e complexo.