Educação escolar quilombola: diásporas, artes e conhecimentos
projetos políticos pedagógicos para professoras/es-artistas
Palavras-chave:
Arte afrodiaspórica, professor-artista, Educação contracolonial, saber e território, Educação Para Relações Étnico-raciaisResumo
Procuramos alargar os diálogos epistemológicos num contexto em que as artes se fundem com os sabores e saberes em processos de aprendizagem promotores de trocas de conhecimentos entre a escola e o quilombo. Convidamos a atenção para a contracolonização dos currículos, da gestão e de toda forma escolar (colonizadora) expressa nas maneiras de organização dos tempos e dos espaços de aprendizagem. Colocamos em diálogo as epistemologias artísticas e de comunidades afro-indígenas em contextos diaspóricos. Mesmo que a aproximação entre conhecimentos quilombolas e processos de escolarização revelem tensões, insistimos no convite para exercitarmos juntas/os a educação e suas performatividades (como professores atuando por meio do canto, da brincadeira, da poesia, da dança, oralidade da palavra enquanto som, imagem e narrativa). Apresentamos (por meio de performances e vídeos de trabalhos de artistas) um caminho das artes como conhecimento, em contraposição à visão colonizadora dos saberes científicos e escolarizados, promovendo, assim, debates e experiências em que outras leituras foram feitas sobre os quilombos na perspectiva da produção e da transmissão de conhecimentos (intergeracional, performatividade política no cotidiano e no tempo da festa). Procuramos mostrar outras ciências que produzem leituras afirmativas e conscientes da história dos quilombos por meio da eleição de categorias, como tempo, espaço/corpografia, alimentação, pedagogia e língua, para refletir como as práticas da comunidade e da escola contribuem ou não para a manutenção da vida comunitária e como propostas educativas precisam incidir na organização da escola e seu processo de escolarização, considerando os espaços de aprendizagem e as dinâmicas de educação na comunidade.
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