Axé a mitologia iorubá como alimento anímico-espiritual para a criança do quarto ano Waldorf
Palavras-chave:
Mitologia Iorubá, Mitologia Nórdica, Quarto ano Waldorf, Pedagogia WaldorfResumo
A Pedagogia Waldorf compreende que o currículo escolar deve estar intimamente relacionado aos acontecimentos esperados para cada idade, tal como descritos pela antropologia antroposófica. Por isso, são propostos, para cada ano do ciclo escolar, conteúdos que auxiliam a criança a lidar com as mudanças iminentes ao seu crescimento. Entre esses conteúdos, são sugeridas narrativas que conversam com a alma da criança em cada etapa de desenvolvimento, considerando os aspectos relacionados à identidade e à ancestralidade em níveis individual/subjetivo e coletivo, por isso mesmo, as histórias, contos, mitos e lendas que constituem a “subjetividade coletiva” de cada povo são relevantes no projeto pedagógico Waldorf. Tradicionalmente, o currículo propõe como narrativa de alimento anímico, especificamente para o quarto ano, a mitologia nórdica. Este texto, no entanto, propõe apresentar os princípios norteadores que possibilitam a inserção da mitologia iorubá no currículo do quarto ano Waldorf, observando a definitiva influência dos povos trazidos de África na formação da alma e identidade brasileira, além de evidenciar que os elementos, descritos como essenciais, por Rudolf Steiner, nas narrativas apresentadas para a criança de dez anos de idade, podem ser encontrados nas histórias da mitologia iorubá. Para tanto, mune-se de revisão bibliográfica fundamentada em livros e palestras documentadas de Rudolf Steiner em diálogo com autores que dissertam sobre a mitologia nórdica e a mitologia iorubá. Estão retratados, neste trabalho, os processos vivenciados pela criança por volta dos dez anos de vida, fragmentos do currículo Waldorf proposto para esta idade, características das mitologias nórdica e iorubá e análise sobre os benefícios da utilização da mitologia iorubá como ferramenta de alimento anímico-espiritual para a criança desta faixa-etária.