O brincar como linguagem na educação infantil
Palavras-chave:
Educação Infantil, linguagem, liberdade, brincarResumo
Nesta pesquisa, buscamos estabelecer uma compreensão sobre o papel do brincar na Educação Infantil, partindo do ponto de vista das políticas públicas, sobretudo da Base Nacional Comum Curricular (2018), que identifica como um de seus pilares a brincadeira, abordamos perspectivas metodológicas que o consideram como linguagem e forma de construção da subjetividade na primeira infância. O tema nasceu na pandemia do Coronavírus, com reflexões sobre os modos por meio dos quais o âmbito da linguagem se desenvolveu no contexto da Educação Infantil, diante de limitações e exigências sanitárias. Um breve olhar para os documentos oficiais, que orientavam a frequência e a permanência nos estabelecimentos de ensino, permite vislumbrar os impactos que esse período gerou no brincar. Partimos de uma abordagem qualitativa (Ludkë; André, 1986) para a realização de uma revisão da bibliografia pertinente e destacamos o papel do brincar em abordagens que consideram as diferentes linguagens da criança (Gandini; Edwards; Forman, 2018). Ao estabelecermos diálogos entre esses pontos de vista, podemos refletir sobre a importância dessa atividade para o desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida. Este se constitui como forma de expressão da individualidade, visto que, como no caso do faz de conta, a criança não só imita, mas também interpreta o que percebe em seu entorno (Corsaro, 2002). Com isso, ressaltamos a relevância do brincar livre com base na concepção de caminho em direção à liberdade proposto por Steiner (1988).
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