A escuta integrada ao corpo na pedagogia livre de Rudolf Steiner

Resumo

Esta apresentação comunica um dos resultados parciais de minha pesquisa de doutorado acerca de uma pedagogia da escuta em consonância com as necessidades humanas e concepções atuais da música, considerando a expansão conceitual, de materiais e da própria ampliação de fronteiras que definem a música, a partir da segunda metade do século XX, considerando-se, por um lado, a introdução de meios de produção, armazenamento, manipulação e reprodução eletrônica da música e, por outro, experiências transculturais proporcionadas pelos meios de comunicação da era pós-industrial. Esta pesquisa tem o propósito de investigar o quanto isso modifica tanto os hábitos de escuta dos ouvintes, como o modo de se relacionar com os sons, naturais e humanos, as músicas e, por sua vez, a própria composição, que convida o ouvinte a uma experiência da música, já não mais circunscrita ao âmbito da técnica, do treinamento auditivo dirigido e da análise, mas dando primazia à sensibilidade, de modo ativo e criativo, gerando significados na relação com outras referências. A partir dessa reflexão, a tese busca criar pontes e caminhos entre a experiência com música fora da sala de aula e no ambiente pedagógico, tendo a escuta e o fazer musical como meio para a vivenciar o corpo e a cultura, o sentir, o pensar e o querer, a liberdade do jogo entre o que o ser percebe e a maneira como configura o mundo que o ser integra. O referencial pedagógico desta pesquisa, que dá continuidade à de mestrado, é o pensamento filosófico e pedagógico de Rudolf Steiner. O foco principal desta apresentação é a sua concepção sobre a escuta e sua relação com o espectro dos sentidos humanos, bem como a sua importância para o desenvolvimento humano integral, sob o ponto de vista antroposófico da trimembração humana.