A poesia marginal nas letras de músicas de rap como processo de conscientização e libertação
álbum AmarElo, de Emicida: uma leitura à luz da Análise do Discurso
Palavras-chave:
Arte, Poesia marginal, Música, Conscientização, EducaçãoResumo
A Arte representa papel fundamental na vida do ser humano. A poesia presente nas letras de músicas cria espaços para reflexões, para questionamentos e conscientização que conduzem para novos caminhos. No século XX, especialmente a Poesia marginal teve grande importância para os artistas da década de setenta no Brasil, conhecidos como "Geração Mimeógrafo". Utilizavam suas criações artísticas para criticar a postura conservadora e a arbitrariedade de parcela da sociedade. Hoje, em pleno século XXI, é possível observar artistas como Emicida que carregam dentro de si a indignação dos poetas marginais e utilizando-se de uma poesia ágil, cortante, perspicaz e, ao mesmo tempo, esperançosa, propõe um novo olhar em sua artesania do rap nacional. Neste estudo, a poesia e o rap de Emicida, por meio de uma leitura à luz da Análise do Discurso, dialogam com questões urgentes na história do Brasil como racismo, preconceitos, intolerância, direitos humanos, sem, no entanto, abandonar a alegria e a esperança. O educador, munido da amálgama primordial da poesia, da música, do rap e da relação com reflexões históricas propostas por pesquisadores e estudiosos como Djamila Ribeiro, Sueli Carneiro e Silvio de Almeida, tem a oportunidade de contribuir para a formação integral de seus alunos e alunas utilizando-se de uma proposta artístico-pedagógica que envolve as músicas e letras do álbum "AmarElo", de Emicida, a obra literária "Torto arado", de Itamar Vieira Junior e o filme "M8 — Quando a morte socorre a vida", do diretor Jeferson De. Três caminhos e expressões artísticas para trabalhar a questões urgentes em sala de aula com jovens do Ensino Médio.