Cultura, natureza, Antropoceno e Parsifal
Palavras-chave:
Cultura, Natureza, Educação ambiental, ParsifalResumo
As relações entre cultura e natureza são tanto complicadas quanto longamente debatidas pela tradição de pensamento ocidental. Elas podem ser e foram tratadas em termos de uma dialética, mas encontram novas especificidades e grande emergência no conceito contemporâneo de Antropoceno. Este texto se pergunta se é possível encontrar símbolos para a dialética cultura-natureza no mito de Parsifal, objetivando convidar o movimento Waldorf a pensar uma educação ambiental transformadora e adequada ao seu próprio contexto. Nesse sentido, os conceitos de cultura, natureza e Antropoceno são apresentados e discutidos. De Parsifal, as imagens de castelo e floresta são selecionadas como resposta ao seu problema apresentado: castelo é símbolo de cultura, floresta é de natureza; e o Castelo de Munsalvaeche é identificado como equilíbrio entre cultura e natureza, com destaque para a centralidade do ser humano nessa relação. Finalmente, uma crítica à cultura ocidental moderna é apresentada, tendo como seu foco o acúmulo de excedente de produção e ressaltando as suas funestas consequências socioambientais. Na educação identifica-se a chave para a necessária transformação cultural: "o que acontece dentro da escola se reflete na cultura exterior" afirma Steiner no GA311. Desse modo, cada escola se insere na cultura da superprodução e acúmulo, mas é espaço para sua superação e metamorfose.