Educação de jovens e adultos e a Base Nacional Comum Curricular
reflexões sobre invisibilidade
Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos, BNCC, InvisibilizaçãoResumo
Desde a sua concepção no Brasil, a Educação de Jovens e Adultos enfrenta dificuldades para se consolidar e ser reconhecida como parte da educação básica, sendo um dos mecanismos utilizados para dar continuidade às estruturas desiguais, opressoras e violentas da sociedade. Por este motivo, este ensino não é considerado em muitos dos documentos e programas voltados para escolas. Mediante essa problemática, este trabalho tem como tema a invisibilização da EJA na Base Nacional Comum Curricular, que se propõe a homogeneizar o currículo escolar do país, ignorando sua diversidade e tamanho continental. Segundo o documento, para assegurar um ensino gratuito e igual para toda a população, é necessário normatizar conteúdos e temas trabalhados em sala de aula. Os objetivos foram analisar e problematizar a BNCC para compreender se existem ou não propostas que pensem a Educação de Jovens e Adultos. Esta investigação se realizou por meio de pesquisa bibliográfica e documental, tendo como corpus de análise o documento da BNCC. O quadro teórico-metodológico adotado mobiliza as contribuições de Paulo Freire, acerca dos conceitos de leitura de mundo, dialogicidade, emancipação e criticidade, e de Sérgio Haddad, Maria Di Pierro, Claudia Vóvio e Rosa Porcaro em relação à história da EJA no Brasil. A relevância social desta pesquisa consiste em chamar a atenção do campo, por meio da produção intelectual, para a necessidade de compreender a Educação de Jovens e Adultos como um direito humano, consecutivamente, uma potência para reverter a lógica de exclusão social. Após a análise do documento, foi possível concluir que a Base, de fato, invisibiliza a existência da EJA, não considerando as diferenças e necessidades da modalidade de ensino em relação à educação voltada para o público infanto-juvenil.