Era uma vez

o que contam adultos sobre seus professores de classe

Resumo

A premissa que norteou esta pesquisa surgiu em uma aula do curso de pós-graduação Especialização em Ensino Fundamental Waldorf. Ponderava-se sobre o ano de 2020 ter sido "um ano perdido" — hipótese levantada por muitos do campo da educação. A docente que lecionava a disciplina Estrutura da aula principal não tinha dúvida nenhuma de que essa suposição estava equivocada. Ela discorria sobre sua insistência em não fazer video aulas diárias, justificando sua escolha em função do futuro salutar que ajudaria a construir, ao não se deixar levar pela versão virtual do ensino. Foi então que entrevistas a adultos egressos do Ensino Fundamental Waldorf tornou-se o objeto da presente investigação. A pesquisa tem como objetivo apresentar alguns elementos que se escondem nessas memórias. São sete entrevistados que relatam vivências em torno do 22 setênio, sendo de especial interesse, o modo como elaboraram as imagens que envolvem a figura do Professor de Classe. Em função da metodologia se constituir em grande medida de entrevistas, a pesquisa insere-se no campo da História Oral. Além do objetivo supracitado, tem-se como pretensão, relacionar as lembranças que emergirão à construção de vínculo entre o Professor de Classe e os estudantes, assim como a aspectos pedagógicos elaborados por Rudolf Steiner em sua vasta atuação no que diz respeito ao impulso pedagógico da Antroposofia. Ao jogar luz na fala dos ex-estudantes, almeja-se trazer à luz elementos que só se perfazem na vida madura. Como resultado parcial é interessante mencionar que os estudantes relatam não possuírem a percepção de estarem aprendendo, afirmam que as ações e atividades do dia se davam sempre do mesmo modo, e esse ritmo contínuo e conhecido fazia com que os aprendizados fossem mais um dos elementos fluídos da rotina.